O passado não deve ser objeto de veneração e tampouco de
repúdio; de lá se deve tirar ensinamentos preciosos para um presente harmonioso.
Deve-se
olhar para o passado com cautela, porque é um ato de olhar para trás, para tudo
que ficou e aconteceu. A visualização deve ser no tempo suficiente para
recordarmos nossos passos, naquilo que deu certo e, principalmente, para o que
deu errado, sabendo que aquilo que foi certo no passado agora não seja mais
suficiente ou pertinente, pois o momento é outro, há uma nova configuração. E
os erros, esses devem merecer uma atenção especial, pois carregam em suas
recordações doses de dores e arrependimentos; dele deve-se tirar valiosos
aprendizados, mas deve-se evita-los de novo, a todo custo, pois errar sempre na
mesma situação é sinal inegável de falta de amadurecimento.
Olhe para o
passado apenas o tempo suficiente para tomar fôlego, como um ato de rememorar,
para, logo em seguida, voltar ao momento principal e sublime: o presente! É
nele que está a ação, nele é que há possibilidade de mudanças e transformações
e sua direção é sempre para frente.
O presente
é movimento, e deve desvencilhar-se do passado quando este vir a representar
engessamento, embora que os erros do passado serão os frutos amargos a serem
colhidos no momento presente. Mas, por hipótese alguma, devemos nos lamentar do
passado, sob pena de termos o presente acorrentado ao passado, preso em seu
calabouço escuro e frio.
Nós,
enquanto seres em evolução, não devemos estagnar, pois é isso que ocorre quando
fazemos do passado uma fonte perene de vida, estagnamos no tempo, sem perceber
as mudanças que ocorrem à nossa volta e sem perceber da necessidade de
transformações imperiosas que devemos adotar. Se não nos movimentamos, o tempo
nos mostrará de forma cruel o que foi perdido.
O passado é
inerte, não apresenta novidades, é um relógio bonito, pendurado à parede, mas
que já não funciona. No presente é que tudo deve acontecer, aliás, já está
acontecendo; triste daquele que não percebe.
Se no
passado você atingiu o cume de uma montanha, você já conheceu a trilha e saberá
como conquistar outros topos; mas se no passado teus passos foram inseguros e
encontrou mais tropeços que acertos, não é lamentando-se que as coisas mudarão.
Lamentar é respirar o ar do passado. O ar renovador, capaz de impulsionar
mudanças está no presente; o oxigênio novo e revigorante do presente.
Um presente
vivido intensamente representa passos firmes e seguros rumo ao um futuro
promissor, desgarrado das amarguras do passado.